En “Retratos Pixelares”, la artista visual de Minas Gerais Kika Antunes presenta una serie de imágenes fotográficas tomadas durante el aislamiento social impuesto por la pandemia del covid-19.
“Ano de 2020, quarta-feira, 1º de abril.
O alarme toca as 06:30h.
Caminho até a porta do meu quarto e me vem então a lembrança de um sonho. Nele eu acordava em frente a porta do quarto.
Abro esta porta que é de um verde profundo. Ao entrar me deparo com outra porta para outro quarto, agora vermelha. Percorro as paredes brancas e limpas e me deparo ao fundo com outra porta, agora amarela. Abro novamente. Entro e lá no fundo vejo outra porta, e outra, e outra, e vou adentrando mais portas... Sonho previsível.
(Sabe aquela sensação de quando você está num sonho e sabe que é um sonho mas não consegue sair ou identificar o que é real e o que não é? Aconteceu em alguns momentos.)
Quando finalmente as portas acabam, me deparo com uma tela luminosa. Não é uma TV nem aparentemente algo familiar. É apenas uma imagem brilhante, retangular e cheia de pequenos retratos. Me movo em sua direção mas ao chegar perto os retratos vão se apagando... eu quero ver quem são as pessoas, mas eles desaparecem na medida que eu me aproximo. O sentimento que tenho é um misto de alegria em vê-los e medo pelo desaparecimento ao menor movimento meu. Fico estática. Prefiro a presença destes micro retratos mesmo sem sua clara identificação do que perde-los totalmente. Como em um movimento de câmera lenta, para não perder ninguém, eu me sento no chão numa tentativa de reter aquele sentimento e instante de companhia, de presença, e retenho, e sinto.
Acordo. O alarme toca, são 06:40h.”
Sobre la fotógrafa
Kika Antunes, de 50 años, trabaja como fotógrafa y artista visual. Estudió Publicidad y Propaganda en la Facultad de Comunicación Social de la Universidad Católica de Minas Gerais de 1987 a 1991 y desde entonces se ha desempeñado como fotógrafa independiente y asociada a otros fotógrafos y grupos.
Fotógrafo en el proyecto “Cultura popular y cultura escolar en Morro Vermelho” con el profesor Miguel Mahfoud/FAFICH-UFMG de 1996 a 1998, quien reunió un amplio banco de imágenes de las manifestaciones populares de esta región dando como resultado el espectáculo “Icones de la Tradición”. Fotógrafo en el Festival Internacional de Teatro Palco y Rua de Belo Horizonte FIT-BH, ediciones de 1996 a 2014.